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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sobre o nascimento de bebês...


Muito se tem falado sobre esse fato, tão corriqueiro do ponto de vista das estatísticas e tão especial ou singular, do ponto de vista do almoço de domingo, dos encontros de sábado à noite, de uma manhã na sala da gerência e, finalmente, da sala de espera dos hospitais. Trata-se de um fato muito antigo e que, por atraso ou descuido da medicina, ainda chama muito a atenção e produz histórias. As avós, sempre relembram as parteiras, as mães, de que revolucionaram com a cesariana, as jovens contam sobre terapias naturais para harmonizar esse momento e minimizar os "novos traumas" do parto, além das mocinhas  que morrem de medo da dor que as tias relatam para impressionar a todos e fazer delas mesmas, seres extraordinários.
Eis que, uma mãezinha acabou de ter seu bebê, hoje pela manhã, o que lhe foi uma grande surpresa, já que tinha previsão de mais 15 dias de apreensão. Não foi parto normal, nem alguma emergência, pelo visto, somente a constatação de que o líquido amniótico estava maduro e que deixar as coisas correrem de modo natural não trazia vantagem alguma, pelo contrário, poderia implicar algum risco futuro. Tal caso deve ser comum em hospitais, principalmente naqueles que o que conta é a agenda do médico, porém, o fato é que tudo ocorreu melhor que o esperado, o que é o mais importante.
Mas, isso me faz pensar em como serão os partos no futuro. Será que quando as incubadoras já estiverem bem desenvolvidas, será mais seguro tirar logo o bebê da barriga e fornecer-lhe a segurança das máquinas? Pelo menos saberíamos com certeza o que estaria se passando com a saúde dessas frágeis criaturas. Posso até imaginar como seriam os comentários neste futuro: "Imaginem como era no século XXI, as mulheres tinham que ficar 9 meses com o bebê na barriga sem saber o que iria acontecer!" ou, "nossa, devia ser horrível você só conhecer seu bebê na hora do parto!".
Essas ficções se mostram cada vez mais próximas e quem sabe um dia, as mães nem mesmo venham a gerar o filho por meses, quem sabe até mesmo isso seja visto como uma "terapia natural alternativa" e alguns médicos defendam que o bebê precisa sentir os traumas de gestação e do nascimento, embora outros venham a dizer que se trata de romantismo e quem sabe ainda, haja alguém que venha a defender a ideia atrasada de dizer que a gestação na barriga aproxima mães e filhos. E por aí seria...
Porque assim caminha a nossa ciência, avançando tanto em mecânica e nada em redação.