Muito se tem falado sobre esse fato, tão corriqueiro do ponto de vista das estatísticas e tão especial ou singular, do ponto de vista do almoço de domingo, dos encontros de sábado à noite, de uma manhã na sala da gerência e, finalmente, da sala de espera dos hospitais. Trata-se de um fato muito antigo e que, por atraso ou descuido da medicina, ainda chama muito a atenção e produz histórias. As avós, sempre relembram as parteiras, as mães, de que revolucionaram com a cesariana, as jovens contam sobre terapias naturais para harmonizar esse momento e minimizar os "novos traumas" do parto, além das mocinhas que morrem de medo da dor que as tias relatam para impressionar a todos e fazer delas mesmas, seres extraordinários.
Mas, isso me faz pensar em como serão os partos no futuro. Será que quando as incubadoras já estiverem bem desenvolvidas, será mais seguro tirar logo o bebê da barriga e fornecer-lhe a segurança das máquinas? Pelo menos saberíamos com certeza o que estaria se passando com a saúde dessas frágeis criaturas. Posso até imaginar como seriam os comentários neste futuro: "Imaginem como era no século XXI, as mulheres tinham que ficar 9 meses com o bebê na barriga sem saber o que iria acontecer!" ou, "nossa, devia ser horrível você só conhecer seu bebê na hora do parto!".
Essas ficções se mostram cada vez mais próximas e quem sabe um dia, as mães nem mesmo venham a gerar o filho por meses, quem sabe até mesmo isso seja visto como uma "terapia natural alternativa" e alguns médicos defendam que o bebê precisa sentir os traumas de gestação e do nascimento, embora outros venham a dizer que se trata de romantismo e quem sabe ainda, haja alguém que venha a defender a ideia atrasada de dizer que a gestação na barriga aproxima mães e filhos. E por aí seria...
Porque assim caminha a nossa ciência, avançando tanto em mecânica e nada em redação.